O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), tem registrado um número alarmante de quedas de balões em sua área interna, colocando em risco a segurança operacional do aeroporto e dos passageiros. De acordo com a concessionária administradora, a média é de uma queda a cada oito dias em 2023, sendo que de janeiro até 8 de maio deste ano, já foram contabilizados 16 casos, o que representa 76% do total de 21 registrados em todo o ano de 2022. A situação é ainda mais preocupante, uma vez que a soltura de balões costuma ser mais frequente em junho, mês em que ocorrem as festas juninas.
Ameaça à aviação e aos passageiros
A soltura de balões é uma prática ilegal e perigosa, que pode causar graves acidentes aéreos. Os balões podem ser sugados pelas turbinas das aeronaves, causando danos aos motores e colocando em risco a vida dos passageiros e tripulantes. Além disso, os balões podem cair na pista de pouso e decolagem, causando interrupções no tráfego aéreo e colocando em risco as operações do aeroporto.
No último domingo, a queda de dois balões na área interna de Viracopos obrigou o fechamento do terminal por nove minutos, mobilizando equipes do Corpo de Bombeiros e funcionários da concessionária. Felizmente, não houve reflexos no fluxo de operações, mas a situação poderia ter sido muito mais grave.
Estatísticas preocupantes
As estatísticas da concessionária indicam um aumento no número de registros de quedas de balões entre 2020 e 2021, de 3%, mas uma redução entre 2021 e o ano passado, em 38,2%. No entanto, os dados parciais de 2023 são alarmantes, com uma média de uma queda a cada oito dias e 76% do total de registros do ano anterior em apenas 127 dias.
O mesmo comportamento foi verificado para as estatísticas que se referem ao “avistamento de balões”. Neste ano, o total chega a 17, o equivalente a 34% das 50 registradas no ano passado.
Consequências legais
A Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1.998) prevê pena de detenção de um a três anos, além da possibilidade de multa, para quem for condenado pela Justiça por “fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano”. Além de gerar riscos de acidentes aéreos, os balões podem causar incêndios após a queda.