A incidência de balões não tripulados nos céus do país tem preocupado pilotos e especialistas de aviação diante do sério risco às operações. O tema ganhou destaque no setor depois do susto que pilotos da KLM levaram ao ter o Boeing 777 que pilotavam cercado por três balões no último dia 18 de setembro, pouco antes da aeronave pousar em Guarulhos (SP) e conseguir concluir, com segurança, o voo que teve origem em Amsterdã.

Aumento Alarmante

Em 2023 até 27 de setembro, um total de 812 balões foram identificados e reportados às autoridades, alta de 7,27% contra igual período de 2022 e maior nível da série de reportes para o intervalo de janeiro a setembro da base do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) — que começou a contabilizar as ocorrências em 1974.

Preocupações Após Incidente da KLM

O voo da KLM reforçou a preocupação. Em comunicação com a torre, um dos pilotos da aeronave disse ter avistado dois balões à esquerda e um balão à direita da aeronave a 500 pés do solo pouco antes de pousar em Guarulhos. A proximidade era tamanha que na conversa o piloto chegou a dizer que um dos balões havia entrado na turbina direita da aeronave. Em nota, a KLM disse que após o pouso, ambos os motores foram inspecionados e não foram encontrados vestígios de balões e nem outros danos. Alguns voos tiveram de arremeter enquanto uma vistoria na pista foi feita.

Aeroportos com Maior Incidência

Neste ano até setembro, o aeroporto em que mais balões foram avistados é Santos Dumont, no Rio, com 189, alta de 13,8% ante 2022 e recorde no terminal. O segundo lugar fica com Viracopos, em Campinas (SP), com 111 (alta de 40%) e Guarulhos aparece em terceiro, com 62 (queda de 38%).