Especialistas discutem o futuro do eVTOL na feira de drones em São Paulo

Especialistas discutem o futuro do eVTOL na feira de drones em São Paulo

Especialistas do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) participaram ativamente do “1º Fórum eVTOL – Desafios e Oportunidades” durante a DroneSHOW 2023, realizada em São Paulo. O evento trouxe à tona discussões sobre o eVTOL, também conhecido como aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical. Neste artigo, vamos explorar as informações compartilhadas pelos especialistas e descobrir os desafios e perspectivas dessa inovadora forma de transporte aéreo.

O que é o eVTOL e sua importância

O termo “eVTOL” deriva de “electric vertical take-off and landing” (decolagem e pouso vertical elétricos), referindo-se a aeronaves elétricas capazes de realizar decolagens e pousos na vertical. Embora não sejam drones, o tema foi introduzido na feira de drones devido ao seu avanço tanto no Brasil quanto no mundo, impulsionando o mercado e gerando novas demandas regulatórias.

O Capitão Márcio André da Silva, gerente do projeto UAM do DECEA, destacou que mais de 6.000 encomendas de eVTOL já foram feitas mundialmente, com quase 600 no Brasil. Ele enfatizou que a principal diferença entre o eVTOL e os drones é a capacidade de transportar pessoas, o que acarreta uma série de mudanças regulatórias. Além disso, as áreas de operação e as tecnologias embarcadas nas aeronaves são semelhantes às encontradas nas aeronaves tradicionais. O eVTOL representa um salto disruptivo, comparável ao advento do helicóptero ou da aviação a jato.

O caminho para a implementação do eVTOL no Brasil

No estágio inicial das operações, o eVTOL contará com pilotos a bordo, mas a tendência é que evolua para a pilotagem remota e, eventualmente, para a autonomia. O Capitão Robson Batista Cunha dos Santos, assessor da Seção de Planejamento de Sistemas de Aeronaves Não Tripuladas (UAS), revelou que os primeiros voos desse tipo de aeronave no Brasil devem ocorrer entre 2025 e 2026.

Além dos desafios técnicos, há também a questão da aceitação pública, o desenvolvimento de tecnologias de suporte, a qualificação dos pilotos e a necessidade de infraestrutura adequada, como vertiportos – aeroportos dedicados aos eVTOL. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) já está acompanhando o processo de certificação dessas aeronaves, enquanto o DECEA trabalha na preparação da estrutura do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro para garantir a operação segura e integrada dessas aeronaves junto às demais.

A colaboração entre as organizações envolvidas é fundamental para o sucesso da implementação do conceito de eVTOL. A disponibilidade desse novo modal aéreo proporcionará maior acessibilidade aos passageiros nas grandes metrópoles.